Planeje sua viagem para o Marrocos. Saiba como!

Precisa de visto para entrar no Marrocos?

Não. Brasileiros não necessitam de visto para visitar o país marroquino. A entrada costuma ser simples e sem burocracia.

O que levar na bagagem

O Marrocos possui uma diversidade geográfica enorme. Trata-se de um território pequeno que possui neve, deserto, praia, floresta, grandes centros urbanos e pequenos e isolados vilarejos. Variar as opções de vestuário pode lhe ajudar a não passar apertos.

Recomenda-se levar em períodos que se aproximam do verão (final de maio até começo de setembro) protetor solar, chapéu, óculos de sol e um calçado confortável para boas caminhadas na cidade. Para as mulheres, especificamente, não esquecer que se trata de um país islâmico e, portanto, faz parte das normas de conduta não deixar à mostra os braços e pernas e cobrir os cabelos com um lenço. Em se tratando de Marrakech, por ser um destino mais turístico, estas regras são mais flexíveis.

Outra opção cada vez mais comum para viajantes, é a compra de um chip de celular local que pode lhe ajudar muito a se localizar nas ruas apertadas das medinas.

Bou Inania Medersa. Cidade Velha, Fez. Foto por Karina Cordeiro.

Bou Inania Medersa. Cidade Velha, Fez. Foto por Karina Cordeiro.

Sugestão de roteiro no Marrocos

Marrocos é realmente um destino incrível, exótico e “barato” se comparado a outros destinos internacionais. Uma maneira singular de pisar no país, é chegar em Tanger via mar saindo de Tarifa, Espanha. É muito louco pensar que a distância via mar que separa o continente europeu do africano são – pasmem – apenas 40 minutos de ferry. Da ponta da Espanha já é possível avistar ao longe um pedaço de terra. E lá já é a África!

Chegando em Tanger, alugue um carro, abra o mapa e comece sua jornada. Para um roteiro mais completo, sugiro seguir a rota: Tanger – Asilah – Fez – Tinghir – Merzouga (Deserto do Saara) – Ouarzazate – Marrakech.

Marrakech

Marrakech é uma das antigas cidades imperiais e atrações é que o não faltam. Há duas opções bem distintas, pode-se hospedar na cidade nova, em Gueliz por exemplo, local moderno construído pelos franceses, de ruas largas, ou ficar dentro da cidade velha, chamada de medina, esta última opção considero a mais autêntica.

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Medina, Marrakech. Foto por Karina Cordeiro.

Vale a pena buscar as muitas opções dos famosos riads, antigas construções, muitas delas reformadas, em que se pode deslumbrar-se com a belíssima arquitetura de tradição árabe. Não se assuste, em geral as residências nas medinas possuem um exterior de aparência muito simples, mas depois você irá se surpreender.

Existem muitas opções de museus, com destaque especial para o Museu de MarrakechVisite também as antigas escolas corânicas chamadas de Medersas, em especial a Medersa Bem Yousef, na cidade velha. Ainda na medina, faça uma parada na famosa praça Jma El Fna e adentre nos labirintos da medina e de suas ruelas. Deslumbre-se com o mercado dos artesãos e aventure-se em busca das mais diferentes especiarias. Na tenda Has el hanout, você pode encontrar um mix de mais de 45 especiarias distintas. Por fim, não deixe de visitar o Jardim de Marjorelle, um oásis verde no meio de Marrakech, simplesmente imperdível.

Minarete da Mesquita Koutoubia. Cidade velha, Marrakech. Foto por Karina Cordeiro.

Minarete da Mesquita Koutoubia. Cidade velha, Marrakech. Foto por Karina Cordeiro.

Como chegar em Marrakech

Há várias opções de voos partindo da Europa, como, por exemplo, de Madrid e Lisboa. Voos domésticos saindo da capital Rabat é uma boa escolha também.

Agora, se você quiser desbravar o país de forma diferente, curtir as paisagens e conhecer pequenos vilarejos, a sugestão é alugar um carro. Você pode fazer o roteiro mencionado anteriormente neste post, ou trechos mais curtos como, por exemplo, uma rota pelo litoral saindo de Tanger e passar por Asilah, Rabat, Casablanca até Marrakech, ou desde o sudeste marroquino onde temos o início do Deserto do Saara na rota Merzouga, Ouazarzate, Marrakech.

Gasto diário

O custo é baixo se comparado com grande parte das cidades europeias, em média USD 50,00 por dia. Isto sem contar a hospedagem. Com esta quantia você consegue fazer compras de lembrancinhas, comer bem e pagar as entradas das atrações.

 O Deserto do Saara

O grande deserto africano se chama Saara, uma imensidão de areia e pedra com aproximadamente nove milhões de quilômetros quadrados. Uma região que ocupa diversos países e se desloca pelo interior do continente, do sudeste ao leste, passando pelo rio Nilo. Para simplificar, o Saara é o lugar mais seco, vasto e quente do Planeta Terra.

Berbere e dromedários no Deserto do Saara. Foto por Karina Cordeiro.

Berbere e dromedários no Deserto do Saara. Foto por Karina Cordeiro.

As rotas comerciais atravessavam o deserto em vagarosas caravanas guiadas por camelos em direção à costa marroquina, em especial a cidade de Marrakech, que por anos foi a cidade líder no comércio dos produtos vindos dessas expedições. Uma caravana por via terrestre naquela época não era uma empreitada fácil. Saques, assaltos e emboscadas eram fatos corriqueiros, e a isso somam-se as altas temperaturas e os extensos deslocamentos.

Os camelos são uma verdadeira máquina capaz de se adaptar a condições extremas e podem ingerir mais de 130 litros de água de uma vez. Foram corretamente apelidados de “os navios do deserto”, pois os mesmos podem suportar viagens de até cinco dias sem alimentos e sem água.

Não deixe de conhecer as maravilhosas dunas de Erg Che bi que fazem parte da extensão do Saara dentro do Marrocos e estão localizadas muito próximas da fronteira com a Argélia.

Deserto do Saara. Foto por Karina Cordeiro.

Deserto do Saara. Foto por Karina Cordeiro.

Como se locomover no Deserto do Saara

Ainda hoje, são poucos os meios de desbravar o deserto: ou utiliza-se dos antigos camelos, ou de um carro munido de tração 4×4 e guiado por um bom condutor. 

Passeios turísticos

Dentre os clássicos passeios turísticos oferecidos, um dos mais tradicionais é passar uma noite em tendas deslocados por camelos. Mais do que um exótico entretenimento, fazer este percurso junto ao povo berbere, sem dúvidas tem um significado especial. De alguma forma, é possível vivenciar um pouco do que os deslocamentos pelas antigas rotas das caravanas comerciais costumavam ser, sentindo na pele o calor intenso do deserto. O ar seco formava uma paisagem única e, ao mesmo tempo, tão igual ao cenário de séculos atrás. 

Os famosos curtumes de Fez

Também conhecida como Tanners Quarter, este quarteirão localizado no coração da cidade de Fez é muito conhecido pela sua tradição secular em tingimento de couro. Quem assistiu a novela O Clone (2001 – 2002) com certeza se lembra de cenas filmadas neste lugar.

Visitar os tanques de tingimento em Fez, certamente deve ser um passeio obrigatório.

Curtume de Chouwara. Cidade velha, Fez. Foto por Karina Cordeiro.

Curtume de Chouwara. Cidade velha, Fez. Foto por Karina Cordeiro.

O processo de tingimento é realizado por meio de corantes químicos, mas devido as preocupações com o meio ambiente, um engajado movimento de retorno as antigas tradições utiliza materiais naturais para a execução do processo. Estes pigmentos são extraídos de raízes, minerais, especiarias, flores, casca de árvores, nozes, entre outros.

A vista dos tanques de tingimento forma um dos cartões postais mais conhecidos de Fez. Por sorte a foto não transmite o forte cheiro que exala o local. Para se ter uma ideia do odor, eles estão localizados longe de áreas residenciais e o visitante, para aguentar o mau cheiro, recebe um punhado de folhas de hortelã para ser colocado nas narinas enquanto dura a mirada.

À esquerda: Medina em Fez. À direita: Ruínas em Fez. Foto por Karina Cordeiro.

À esquerda: Medina em Fez. À direita: Ruínas em Fez. Foto por Karina Cordeiro.

Pouco conhecida e desbravada, Fez não costuma ser o principal destino escolhido pela maioria dos turistas. No entanto, se você busca reviver o que eram as antigas cidades medievais e toda sua atmosfera, não deixe de visitar a medina da cidade velha de Fez.

Medina significa cidade em árabe e é onde se concentra muito do comercio popular, um labirinto de inúmeras ruas estreitas, becos, grandes portões de entrada e passagens apertadas (quase secretas) que não permitem nem a passagem de um pequeno automóvel. É na Medina que sentimos a alma da cidade, composta um intenso comércio e suas ruelas estreitas ainda preservam o clima e aparência de uma antiga cidade marroquina medieval.

Os cenários cinematográficos de Ouarzazate

Aït Benhaddou, Ouarzazate. Foto por Karina Cordeiro.

Aït Benhaddou, Ouarzazate. Foto por Karina Cordeiro.

Saindo do Deserto e à caminho de Marrakesh, recomenda-se uma parada em Ouarzazate. Este percurso é muito bonito e no caminho você pode optar por fazer alguns desvios e conhecer os oásis que tem na região – além de tirar boas fotos. Não só isso, esta cidade é considerada o “Hollywood Marroquino” por comportar grandes estúdios cinematográficos para gravação de filmes além de cenários impressionantes ao ar livre como os próprios oásis, Kashbahs, vales, montanhas e dunas.

Sabe aqueles filmes com cenas no deserto? Pois é! Grande parte deles são filmados em Ouarzazate. Não é por acaso que grandes diretores como David Lean, Bernardo Bertolucci, Martin Scorsese, Ridlye Scott, Oliver Stone, escolheram esta região para filmagem.

Para conhecer melhor, visite o Cla Studios e ATLAS Studios – o primeiro estúdio de filmagem no norte da África. Lá você poderá conhecer os sets de filmagem de espaços internos e externos tal como um templo tibetano, palácios egípcios, arquitetura romana e outros ambientes incomuns.

Alguns filmes gravados em Ouarzazate: Gladiador; A Paixão de Cristo; Cleópatra; Lawrence da Arábia; Asterix e Obelix; Alexandre, O Grande; Sahara; O Físico, Babel, Principe da Pérsia: As Areias do Tempo, Game of Thrones.

Dicas importantes:

  • Compre um bom guia de bolso e se mesmo assim precisar de informações peça dicas para o dono do riad ou do hotel que você estiver hospedado. Evite escolher os que te abordarem na rua.
  • A Praça Jma El Fna, em Marrakech, é um dos cartões postais da cidade, mas é também o local onde o turista pode passar um certo desconforto. Não dê muita atenção aos grupos que se amontoam para ver macacos em corrente, najas domesticadas e coisas do gênero. Experimente o saboroso suco de laranja vendido em todas as tendas em torno da praça e siga seu caminho para não ser importunado.
  • Durante o verão adapte seus passeios ao calor infernal que faz em boa parte do país. Acorde cedo, faça seus passeios matinais, almoce por volta do meio dia e volte correndo para desfrutar de sua siesta. Descanse, faça a digestão dentro do seu agradável riad, se possível escolha um cujo pátio central tenha uma piscina, você não vai se arrepender. Depois das 17h prepare-se para novamente desbravar a cidade imperial!

Marrocos é um destino obrigatório para quem quer buscar algo exótico e acessível. Viva uma experiência verdadeira e transformadora.

Texto por André Mafra e Karina Cordeiro

Da esq. para dir.: Lago na rodovia a caminho do Deserto, medina em Asilah, Bou Inania Medersa em Fez. Foto por Karina Cordeiro

Da esq. para dir.: Lago na rodovia a caminho do Deserto, medina em Asilah, Bou Inania Medersa em Fez. Foto por Karina Cordeiro.

 

À esq.: Mercado em Asilah. À dir,: Palais Bahia, Marrakesh. Foto por Karina Cordeiro.

Aproveite os diversos pacotes de viagem para o Marrocos que a Trains  & Tours têm para lhe oferecer.

 

 

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