A viagem de nossa consultora Carol Pereira pelo Grande Expresso Transiberiano parece não ter fim. Os dias na Rússia surpreendem pela imensidão cultural de um único país: do lago Bikal aos pontos de outras cidades, a Rússia continua a encantar. E no continuar dessa história não será diferente.
A parada agora é na cidade de Ecaterimburgo, capital dos Montes Urais. Ela foi fundada em 1723, por Tsar Pedro I. A primeira parada dela é na Catedral do Sangue Derramdo, que foi construída no lugar onde o Tsar Nicolau II e sua família foram executados pelos Bolcheviques, em 1918. Mulheres entram na Catedral com lenços na cabeça, independente da religião, em respeito aos costumes locais. A trágica história do local é contada pelos guias do lado de fora da Igreja. Esse é um dos momentos em que os sentimentos são despertados ao imaginar como tudo aconteceu em 1918. O local trás em seu ar uma calmaria silenciosa, como se o ar daquela cidade ainda guardasse um certo luto.
Pela tarde, a visita segue para o mosteiro que foi criado para a família, uma vez que seus restos mortais nem ao menos foram encontrados para que tivessem um funeral. O mosteiro é lindo, com igrejas em lembranças a família. Os ortodoxos são presentes no local. Novamente as mulheres se cobrem com lenços e saias, disponíveis na entrada. Homens de bermuda também devem cobrir as pernas. Alguns se sentem tristes no local, outros, como nossa consultora, sentem muita paz. O local é arborizado, com igrejas de troncos de árvores e céu azul com nuvens brancas, retrata muito como se a família estivesse descansando no céu, pelo menos, para nós mortais, em um céu criado para eles aqui na terra.
O dia termina pela cidade e o trem parte para mais uma descoberta russa…
O dia seguinte começa em Kazan, com templo bem nublado, um dia típico de uma Rússia fria e chuvosa. Kazan é muito linda, bem projetada, com ruas limpas e um clima de cidade grande com calma de interior.
Em Kazan também há um Kremlin. Por causa da chuva a visita nele começa mais pela Mesquita Kul Sharif. A cidade tem muita influência dos tártaros e, por isso, uma mesquita está instalada em um país católico. Também na mesquita mulheres usam lenços. Usa-se meias nos pés para proteger o assoalho do atrito de calçados. O edifício é muito bonito, com cores em azul e branco penetrantes e lustres que brilham a ponto de doer o pescoço de tanto olhar para eles. A mesquita tem minaretes onde os turistas podem subir o mais alto e poder apreciar de cima esse brilho de lustre que máquina nenhuma pode registrar! Beleza dedicada para aqueles que visitam a cidade pessoalmente.
A tarde é livre pelo centro da cidade. A cada loja visitada encontra-se um “amigo de trem”, fazendo com que a estranha cidade se torne aconchegante, conhecida. Definitivamente os russos tem muita paciência com a língua dos turistas. A sensação de “viagem” fica mais real com as barreiras de idiomas e aconchegante com paciência de ambos os lados. Você realmente se sente fora do mundo ocidental.
O dia termina com animo, troca de experiências e um pouco de tristeza: essa será a última noite no Grande Expresso Transiberiano. Na manhã seguinte, Moscou espera os turistas…
O último jantar é especial: a Diretora do Trem cumprimenta todos assim como fez na primeira noite a bordo e agradece. Foram 8.000km de viagem onde todos se tornaram uma família por alguns dias. Independente da nacionalidade, todos viveram aquele momento juntos. O jantar é brindado com champanhe. Há um misto de alegria pela chegada de Moscou mesclado com uma nostalgia dos primeiros dias no trem… A viagem pelo Grande trem acabou, pela grande experiência ainda não! Acompanhe o próximo post sobre o que nossa consultora descobriu em Moscou!
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