Meu nome é Carolina Pereira, consultora de viagens da Trains & Tours Lufthansa City Center. Na minha primeira vez na África do Sul, decidi logo que iria fazer um safári no início da viagem.
Tinha muita curiosidade para saber como funcionava, em minha mente achava que era algo bem chato e monótono e então após uma pequena pesquisa resolvi que queria tentar ao máximo conseguir ver os famosos Big Five, os cinco animais mais poderosos e infelizmente mais caçados de toda África: rinoceronte, elefante, leão, búfalo e leopardo.
Não é somente na região do grande Parque Nacional Kruger que se pode vê-los. Mas algo que pude constatar é que se você fizer um safári em reserva privada, sentirá muito mais de perto o ambiente selvagem e poderá fazer parte, mesmo que por apenas algumas horas, do real habitat em que estes fantásticos animais vivem.
Como chegar?
A reserva onde me hospedei por 2 noites se chama Shamwari Game Reserve, próxima de Port Elizabeth. Tomei um voo de São Paulo com destino à Joanesburgo e de lá fiz uma conexão até o Aeroporto Internacional de Port Elizabeth. Na chegada, fui recepcionada com traslado da própria reserva para o lodge (cerca de 1 hora).
Diferença entre Reserva e Lodge (hotel)
Outra questão que entendi somente depois que conheci: reserva não é a mesma coisa que lodge, então posso explicar que, quando vemos a palavra “Reserva” entendemos que ela se refere ao Parque Nacional ou então a grande quantia de terra privada, de um só dono (ou mais), onde se constroem os lodges, que são os “hotéis” situados dentro das reservas, no geral em estilo rústico mas cheios de conforto e charme.
Reserva Privada Shamwari
A Reserva Privada Shamwari, por exemplo, possui cerca de 25.000 hectares de terras. O importante também é prestigiar as reservas que possuem um centro de preservação e recuperação de animais que foram resgatados de locais como circos onde eram mau tratados ou mesmo deixados agonizando sozinhos na mata após uma caça, como acontece com o rinoceronte após ter o seu chifre retirado.
Início do Safári
Como meu voo chegou no início da tarde, tive tempo de deixar minhas bagagens no quarto e me preparar para já sair para a primeira parte do safári. O mês era maio e o céu estava bem claro mas com clima ameno.
Saí junto com um ranger – aquele que conhece cada canto da mata e sabe onde é mais fácil encontrar os animais e o guia acompanhante que sabe explicar cada detalhe dos bichos, seus hábitos e curiosidades.
Logo que saímos, não se passaram 10 minutos e já avistamos filhotes de leões descansando na sombra, provavelmente após uma caçada.
Tudo isso bem perto de mim, mesmo de cima do jipe eu consegui olhar nos olhos desses animais e ver que eles olhavam de volta para mim, mas demonstrando uma calma e uma paz que nunca acreditei ser possível. Eu sempre achei que a reação deles seria de ataque, de se sentirem acuados ou ameaçados.
Após deixarmos os leões, em menos 20 minutos avistamos o “pumba” que na verdade é um javali africano.
O animal mais fácil de se ver são os “springbocks”, espécie de cabra de leque, também chamados de impala, corre muito rápido mas é uma das presas mais caçadas pelos leões e leopardos.
Vimos também muitas zebras e lembrando que tudo isso foi em um único dia, na primeira tarde de chegada! Por volta das 18h30, quando o sol começa a se por é feito um “sundowner”, quando o ranger e o guia escolhem um local seguro para descermos do jipe e apreciarmos a vista com bebidas e alguns salgadinhos.
Retornamos ao lodge mais tarde, onde foi servido um jantar no meio de uma fogueira, já que durante a noite a temperatura caía bastante. A sensação é de se estar em família, quando hospedado em um lodge como esses pois não são oferecidas muitas acomodações.
Outro ponto pelo qual me apaixonei por fazer safári em reserva privada é que o ranger realmente pode ir atrás dos bichos, ou seja, não há nenhuma restrição. Na reserva privada se anda bem no meio do mato, seguindo atrás de manadas, de grupos de zebras, girafas e até mesmo elefantes, como vimos vários muito próximos do nosso carro.
Segundo dia de Safári
Na manhã seguinte levantei por volta das 4h30 e sai as 05h30 para mais um dia de safári. Nessa manhã o frio era intenso. Como o pessoal é sempre muito prestativo, disponibilizaram mantas, gorros e até mesmo uma bolsa de água quente para nos aquecermos durante o passeio.
Após cerca de três horas seguindo atrás de animais, voltei ao lodge para tomar o completo café da manhã. Para não perder tempo, voltamos por volta das 11h00 para a natureza, e na hora do almoço foi preparado uma refeição em um local semiaberto, lindo para apreciar a paisagem.
Outro detalhe que me fará voltar a fazer um safari em uma reserva privada é a flexibilidade que eles proporcionam aos hóspedes de escolherem, caso estejam cansados, de voltar ao lodge e continuar o safari mais tarde, ou como foi no meu caso, continuar após o almoço para seguir pelo resto da tarde tentando ver o maior número de animais.
Nosso carro seguindo os elefantes até avistarmos outro grupo mais interessante.
A girafas são também um dos animais mais fáceis de se avistar, por conta claro, da altura do seu pescoço. Vi várias pela reserva, de andar gracioso transparecendo pura liberdade.
Após vermos muitos bichos, um atrás do outro, o clima no jipe era de descontração e por conta disso quase deixamos de avistar ao longe, dois leões caminhando lado a lado, em uma estrada de terra a nossa direita. Apontei para o guia que imediatamente deu ré no carro e foi atrás dos animais.
Para finalizar só me faltou ver o leopardo, animal sempre muito tímido não quis aparecer para uma sessão de fotos. Bom, pelo menos assim tenho motivos para retornar.
Uma experiência memorável
Antes de tomar o voo para Cape Town, ainda tinha a manhã livre e me foi oferecido ficar no lodge ou aproveitar mais 3 horas de safári pela manhã antes do traslado ao aeroporto. Claro que escolhi mais um tempo com os animais e a natureza.
Achava que fazer um safári era atrapalhar a vida dos animais, invadir seu espaço, deixá-los acuados e com medo, mas percebi que eles realmente não se importam quando o assunto é somente observar e não modificar nada no meio em que vivem.
Por isso recomendo muito esse tipo de passeio para aqueles que gostam de animais, da vida selvagem e de ver a natureza como ela realmente é.
Se tem ideia de adquirir um Pacote de Viagem para África do Sul, leve em consideração a possibilidade de fazer um safári, certamente não irá se arrepender!
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